Após o nascimento, os gatinhos passam por vários períodos de desenvolvimento que podem variar devido a factores genéticos, ambientais, sexuais e maternos, atingindo a fase adulta após a maturidade sexual, entre as 19 e as 23 semanas. Na fase neonatal, os gatinhos estão totalmente dependentes da mãe, são sensíveis a vários estímulos sensoriais e exibem reflexos que permitem a sua sobrevivência: é através destes processos que o gato recém-nascido é guiado para perto da sua mãe, de modo a ser amamentado e aquecido (pois nesta altura ainda não desenvolveu a regulação da sua temperatura corporal). As vocalizações são também importantes pois é através delas que a mãe localiza o filho. A partir das 2 semanas de vida, com o desenvolvimento motor e da visão, os gatinhos tornam-se mais independentes em relação à mãe e adquirem vários comportamentos como a exploração, as brincadeiras, o comportamento predatório e o estabelecimento de relações pessoais. Na etapa de socialização, que se estende até às 7 semanas, os gatinhos desenvolvem várias competências para a sua autopreservação e para a sua socialização através da observação do comportamento de outros gatos, sobretudo o da mãe. É também nesta fase que os gatinhos começam a reagir ao medo e a adquirir controlo sobre a eliminação da urina e fezes. Esta é a fase mais propícia para expor os gatinhos a vários estímulos de modo a se tornarem gatos adultos sociáveis e amigáveis entre humanos e outros animais. Exemplos disso são acariciar, fornecer estímulos sonoros diversos, simular a entrada em caixas de transporte, habituar os gatinhos à presença de desconhecidos, etc. A partir das 7 semanas de vida inicia-se a etapa juvenil, na qual se verifica um comportamento independente da mãe, com maior exploração do ambiente e de simulação de comportamentos predatórios mais complexos. Finalmente, após atingirem a maturidade sexual, entre as 19 e as 23 semanas, os gatos tornam-se adultos, manifestando o seu instinto reprodutivo e a defesa territorial.
Na fase inicial do seu desenvolvimento, os gatinhos são totalmente dependentes da mãe. Fotografia por Devi Puspita Amartha Yahya em Unsplash.
Bibliografia:
Scholten, A. - Particularidades comportamentais do gato doméstico. Universidade Federal de Rio Grande do Sul – Faculdade de Veterinária. Porto Alegre.