Evolução e Domesticação

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O gato doméstico – Felis silvestris catus – pertence à família Felidae, que tem origem num ancestral de nome Miacidae, um mamífero predador que habitou a Terra há aproximadamente 45 milhões de anos. O processo de selecção natural entretanto ocorrido levou ao aparecimento do género Felis, ao qual pertence a espécie do gato doméstico mas também várias espécies de felídeos selvagens como o Felis silvestris lybica, que habita regiões do Médio Oriente e África. Esta espécie, também conhecida como gato-selvagem-africano, é apontada como a precursora do gato doméstico moderno.

Terá sido durante a Revolução Neolítica, quando o homem deixou de ser nómada e passou a estabelecer-se num local fixo, que a domesticação do gato teve início, há mais de 9000 anos, em regiões da China, Paquistão, Iraque, Tibete, Turquia e Egipto. Pensa-se que, na realidade, este processo tenha sido uma “autodomesticação” por parte dos gatos: com o desenvolvimento da agricultura e a consequente necessidade de armazenar alimentos, os roedores começaram a estabelecer-se nesses locais, atraindo os felinos que iniciaram assim uma relação de proximidade com o homem, a qual conferia vantagens a ambas as espécies. Esta domesticação também promoveu a diversidade genética e morfológica que observamos actualmente nas diferentes raças de gatos domésticos, quer pelo processo de selecção natural, quer pelos programas de cruzamento que entretanto foram ocorrendo. 

A domesticação do gato foi na realidade uma autodomesticação, promovida pela sedentarização do homem. Fotografia por Gijs Coolen em Unsplash.

Bibliografia:

Scholten, A. - Particularidades comportamentais do gato doméstico. Universidade Federal de Rio Grande do Sul – Faculdade de Veterinária. Porto Alegre. 2017

Souza, J. - Comportamento de gatos domésticos (Felis catus – Linnaeus, 1758): orquiectomia e desenvolvimento. Universidade Federal de Juiz de Fora – Instituto de Ciências Biológicas. Juiz de Fora, Minas Gerais. 2007