Strelitziaceae - Strelitzia

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Nativas da África do Sul, as plantas deste género distribuem-se em 5 espécies, duas delas com importância ornamental: Strelitzia reginae e Strelitzia nicolai. O nome Strelitzia surge em homenagem à esposa do rei George III de Inglaterra, Charlotte Sophia, membro da família Mecklenburg-Strelitz. São também conhecidas como ave-do-paraíso, devido à semelhança das suas flores com as aves da família Paradisaeidae.

São plantas herbáceas rizomatosas com grandes folhas coriáceas e flores exóticas que emergem de brácteas (folhas modificadas que têm como função proteger as flores em desenvolvimento e atrair animais polinizadores). A sua propagação ocorre por sementes ou por divisão do rizoma. Na realidade, considera-se que estas plantas são das mais avançadas do ponto de vista evolutivo, pois a sua polinização é especializada, efectuada por algumas espécies de aves!

O seu crescimento é lento e a floração só ocorre em plantas com pelo menos 3 anos, o que raramente acontece quando são mantidas como plantas de interior. As flores podem ser produzidas o ano inteiro, se o clima for propício (clima tropical e subtropical) e se a planta estiver exposta a um mínimo de 4 horas de luz solar por dia. Quando adultas, as plantas da espécie Strelitzia nicolai podem atingir 6 metros de altura. A Strelitzia reginae é uma espécie mais compacta, não ultrapassando habitualmente os 2 metros de altura. Tal como as folhas das bananeiras, as folhas das plantas do género Strelitzia rasgam-se facilmente quando são muito grandes, o que lhes confere um charme adicional. 

Algumas plantas do género Strelitzia são muito populares pelas suas flores (na foto, Strelitzia reginae) que se assemelham a uma ave, pelo que também são conhecidas como ave-do-paraíso. Fotografia por Frank Eiffert em Unsplash.

Cuidados:

Luz: abundante, beneficia de algum sol directo mas ter em atenção que se for muito forte pode queimar as folhas mais jovens e flores.

Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 20 e 27ºC; no entanto, toleram temperaturas mínimas de 15ºC durante o dia e 8ºC durante a noite; não são muito exigentes em relação à humidade, embora para ocorrer floração a humidade ideal deve ser cerca de 70%. Dica: durante a Primavera e Verão podem ser mantidas no exterior, desde que as temperaturas sejam adequadas e não sejam expostas a ventos fortes.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem.

Rega: devido ao tamanho das suas folhas, perdem muita água, pelo que nas estações quentes a rega deve ser abundante; no entanto, deixar secar os primeiros centímetros de substrato antes de regar, para não correr o risco de apodrecimento da raiz. Reduzir a rega no Outono e Inverno, deixando o substrato secar mais entre regas.

Fertilização: fertilizar a cada 3 semanas na Primavera e Verão, as estações de crescimento.

Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.

As plantas do género Strelitzia perdem muita água devido à dimensão das suas folhas mas deve deixar-se secar os primeiros centímetros de substrato entre as regas de modo a evitar o apodrecimento da raiz. Fotografia da esquerda ©Variegato Plants, fotografia da direita por Severin Candrian em Unsplash.


Problemas comuns: 

  • Folhas amareladas e/ou com padrão “salpicado”: verificar sempre o verso das folhas, habitualmente este sintoma deve-se à presença de ácaros-aranha, aracnídeos de pequenas dimensões que aparecem como pequenos pontos no verso das folhas, por vezes formando teias.
  • Folhas novas crescem enrugadas e/ou com manchas amarelas: afídeos (também conhecidos como pulgões), insectos que sugam a seiva das plantas.
  • Presença de pontos semelhantes algodão nas folhas, por vezes com uma secreção pegajosa: cochonilha, uma das pragas mais prejudiciais às plantas.
  • Pequenos discos castanhos nas folhas: cochonilha-lapa, uma praga por vezes difícil de identificar.
  • Folhas ficam amarelas e moles, acabando por cair: excesso de água, que pode facilmente levar ao apodrecimento radicular.


Bibliografia

Costa, F, Espinelli, F, Figueiredo, F. Guia de Zingiberales dos Sítios PPBio na Amazónia Ocidental Brasileira. Manaus. Áttema Design Editorial. 2011

Cooper, K. Terapia das Plantas. Casa das Letras. 2021